1/10/2006

Fumo




O fumo


O fumo de um cigarro contém cerca de 4700 substâncias, 60 das quais são cancerígenas. Metade destas acumulam-se nos alvéolos e brônquios dos pulmões podendo levar ao aparecimento de mutações genéticas e consequentemente ao cancro do pulmão (adenocarcinoma) e também da boca, laringe, faringe, pâncreas, rins, bexiga, colo de útero e esófago.
Cerca de 90% dos casos de cancro do pulmão estão associados ao tabagismo. O consumo de 1 a 9 cigarros por dia aumenta quatro vezes o risco de morte de um individuo por cancro do pulmão, o qual poderia ter vivido em média mais 22 anos! Morrem em todo o mundo cerca de um milhão de pessoas por ano devido a cancro de pulmão (mais do que o cancro do cólon, mama e próstata juntos).
Os números são de facto assustadores mas apenas traduzem uma realidade que a maior parte dos jovens e adultos desconhece. As consequências deste comportamento de risco só se manifestam após 20 a 30 anos. Um fumador passivo (não fumador que convive com o fumador) "fuma" cerca de um terço dos cigarros de um fumador, por outro lado o fumo que se liberta de um cigarro a arder num cinzeiro é mais tóxico que aquele que o fumado exala.
Os principais constituintes do fumo do cigarro são:


Monóxido de carbono - Gás incolor e inodoro que resulta da combustão do cigarro. Está presente entre 1 a 5% no fumo e possui uma afinidade pela hemoglobina 200 vezes superior à do oxigénio. Por esta razão reduz a capacidade de oxigenação dos tecidos e interfere nos sistemas enzimáticos. Aumenta a viscosidade do sangue e provoca lesões nas veias e artérias.

Gases irritantes - Amónia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, entre outros. Estimulam a produção de muco nos pulmões, dificultam a expectoração, provocam tosse e bronquite crónica.

Nicotina - Alcalóide amarelo pálido. Cada inspiração possui entre 100 a 200 microgramas. Causa dependência (à semelhança da morfina) e provoca taquicardia, hipertensão arterial e vasoconstrição periférica por induzir a síntese de acetilcolina, adrenalina e noradrenalina. Estimula igualmente a produção de dopamina, glutamato e a libertação de endorfinas. A dose letal em humanos é de 40 mg.
Alcatrão e outros agentes cancerígenos - São substâncias aromáticas capazes de se ligarem ao DNA, formando adutos de DNA. Estes adutos não são reconhecidos durante o processo de replicação de DNA o que provoca o aparecimento de erros, sendo estes os responsáveis pelo surgimento de células cancerígenas que originam e espalham o cancro em diversos órgãos.


O problema

Em Portugal 23% da população é fumadora tendo-se verificado uma aumento do consumo por parte das mulheres, em parte devido à associação de uma imagem de modernidade e emancipação.
Tem-se verificado igualmente que os jovens começam a fumar cada vez mais cedo, a maioria experimenta o primeiro cigarro antes de entrar na adolescência. Cerca de 90% das pessoas começam a fumar entre os 15 e os 19 anos!

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu a luta anti-tabágica como prioridade para o século XXI, uma vez que o tabagismo é considerado o maior problema de saúde pública do mundo moderno. No século XX morreram 100 milhões de pessoas devido ao consumo de tabaco.

As campanhas anti-tabágicas

O Brasil é o país que mais tem investido em campanhas anti-tabágicas e é por esta razão o mais evoluído neste aspecto. Um exemplo a seguir. Os maços de tabaco já contém imagens que dizem muito mais que as frases a que já nos habituamos (infelizmente) a ler... uma resolução que também deverá chegar ao nosso país talvez ainda este ano.

Em Portugal sabe-se que a colocação de rotulagem fez diminuir o consumo. O Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva (INCP) preventiva tem uma linha SOS deixar de fumar e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) aderiu ao projecto "Smoke at Work" que tem como objectivo proteger os fumadores passivos no seu local de trabalho.
O primeiro Tratado Mundial para a redução do consumo de tabaco entrou em vigor no dia 27 de Fevereiro de 2005 e já foi ratificado por 57 países, incluindo Portugal que aderiu a 9 de Janeiro de 2005. Este documento tem como objectivo principal a protecção dos não-fumadores.


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