12/20/2005

Analise economica

Um país ás avessas…


Análises defraudadas, perspectivas falhadas e muita gente, mesmo muita gente a falar do que não faz a mínima ideia. Portugal tem vivido por um período cada vez pior e péssimo, não só no que diz respeito a evolução económica mas também social. Mas algo que considero ser muitas vezes erradamente feito é a separação destes dois pontos de vista e esquecendo-se de forma ridícula que uma está dependente da outra. Não pode existir uma coesão social e desenvolvimento nesta área, se não existir desenvolvimento económico e crescimento do produto interno do país. Portugal tem vivido com a constante obsessão dos défices, esta ideia vem desde 2000 altura em que realmente se começou a constatar que o país estava a gastar mais do que podia. Mas devemos analisar de forma concreta esta situação, pois quando dizemos que o país está a gastar mais do que tem devemos saber se estes valores são bem utilizados e por quem.

A função pública absorve neste momento metade do valor do PIB, esta situação é que está de forma estranguladora a sufocar a economia portuguesa. Se pensarmos que tudo o que é produzido em Portugal metade é simplesmente gasto pela função pública e se a este facto adicionarmos á continua má utilização dos fundos que vem do cofre portugueses o esbanjamento das autarquias e a pouca produtividade dos funcionários públicos a situação é critica. Em 2002 um estudo privado de uma sociedade estatística na Europa, deu a conhecer a produtividade média dos funcionários públicos em cada pais europeu. Nesse estudo os funcionários públicos portugueses são por exemplo em média menos produtivos do que os espanhóis, com uma produtividade que não chega aos 65% comparáveis aos nossos vizinhos. Se pensarmos que em média os funcionários públicos Alemães não só garantem com aquilo que produzem os seus gastos como ainda dão um contributo de cerca de 15% ao total do PIB.

Não teremos por isso duvidas que o monstro tantas vezes indicado existe, que ele surgiu como economicamente os dados demonstram com o orçamento de 2000 e que a sua evolução ao longo do tempo não só não tem conseguido o seu emagrecimento como a pouco e pouco se tem tornado algo de valioso ao portugueses, os dedos pois os anéis já em 2000 lá ficaram. Ao pensarmos que tem havido reformas antecipadas aos 55 anos com valores idênticos aos do último salário, se pensarmos que em média um funcionário público recebe mais 62% do que a sua produtividade (dados que tem em consideração o poder de compra dos privados e sua produtividade nesse mesmo sector).

Portugal necessita de mudar, necessita de ser por si só socorrida pois o caminho pode ter uma direcção sem volta atrás. Não podemos deixar que a malandrice de quem nada por este povo faz, contagie a parte mais activa que produz em média mais de 99,9%, todos sabemos quanto demoramos em qualquer secção publica para sermos atendidos ou simplesmente ao final de quanto tempo temos as nossas questões resolvidas. Somos diferentes de Espanha mas pela negativa, somos parecidos ao Brasil pelo pior, somos únicos na Europa porque ainda permitimos que os gastos de quem nada faz sejam maiores do que aqueles que trabalham e muito pior do que isso, esses mesmos parasitas da sociedade surjam continuadamente em lugares públicos, políticos e de carácter estratégico para o nosso país. Será que alguns de nós não estamos a ficar cansados do nosso monstro.

Jorge Ferreira (Economista)

1 Comments:

At 22/12/05 22:01, Anonymous Anónimo said...

como poderemos referir diferentes pontos de vista quando os numeros dizem mais do que palavras, fiz uma leitura identica aos dados do banco de portugal e tal como diz eles são inequivocos, as minhas previsões até seerão mais baixas, espero um ano de inflacção superior e com um crescimento do PIB na ordem dos 0,3%, tendo em consideração um valor médio do valor do barril de petroleo perto dos 85 dolares. deus nos ajude.

Joao Rodrigues

 

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