10/03/2005

Mais de um terço dos portugueses quer mudar de emprego
Mais de um terço dos trabalhadores portugueses em empresas privadas considera a hipótese de mudar de emprego no próximo ano, acima da média europeia, de acordo com um estudo da Watson Wyatt, divulgado esta segunda-feira.
O estudo europeu Total Reward Survey, que envolveu cerca de 600 grandes empresas e mais de 8.500 trabalhadores de Portugal, Bélgica, França, Irlanda, Itália, Alemanha, Holanda, Suécia, Reino Unido, Suíça e Espanha, revela que 37% dos colaboradores portugueses quer mudar de emprego, dois pontos acima da média europeia.
Em Portugal, 82% dos colaboradores que pondera mudar de emprego, fá-lo porque sente que a empresa em que trabalham é instável e não oferece segurança, 69% sente pouca abertura à opinião individual e ao pensamento independente e 68% sente pouca flexibilidade nos benefícios.
Cerca de 62% dos colaboradores revelam vontade de sair quando existe a percepção do salário base estar abaixo do mercado.
Pelo contrário, a vontade de permanecer na empresa é manifestada por 95% dos colaboradores quando há a percepção de que o salário está acima do mercado.
A Alemanha é o país onde as pessoas têm menos vontade de mudar de emprego (apenas 14% dos colaboradores revelaram a intenção de abandonar o seu emprego no próximo ano), seguida da Suíça (17%), Holanda (20%) e Bélgica (27%).
Com maior vontade de mudar de emprego, surgem os trabalhadores da Suécia (49%), Espanha (45%), França (42%), Irlanda (41%), Reino Unido e Itália (ambos com 40%).
A Watson Wyatt observou as alterações que as empresas europeias têm estado a introduzir nos seus programas de remuneração e concluiu que o número de empresas em Portugal que praticam uma gestão independente do salário base se situa nos 23%, mas somente 2% tencionam fazê-lo no futuro.
Ao mesmo tempo, só 21% das empresas se baseiam na remuneração total, seja através de elementos financeiros ou de não financeiros, como a formação e o ambiente de trabalho.
No entanto, 57% das empresas afirmam que planeiam usar a remuneração total no futuro.
O estudo da Watson Wyatt refere ainda que os elementos-chave da remuneração que têm maior influência nos comportamentos positivos dos colaboradores são o desenvolvimento e perspectiva de carreira, flexibilidade nos benefícios, formação e desenvolvimento e incentivos de desempenho a curto prazo.
Em Portugal, França, Alemanha, Irlanda, Itália e Reino Unido as empresas que fizeram parte do estudo indicam como uma das principais metas de remuneração no futuro, a remuneração por desempenho.
Na Bélgica, Holanda, Espanha e Suécia os assuntos-chave relacionam-se com o controlo dos custos de remuneração e de produtividade.
«É crucial desenvolver uma estratégia de retenção direccionada para as motivações dos colaboradores de modo a garantir que estes não sintam a necessidade de procurar outras oportunidades», sublinhou Frederico Jorge, director-geral da Watson Wyatt em Lisboa e coordenador europeu do estudo Total Reward.
Diário Digital / Lusa


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