2/24/2007




Urgências/Vendas Novas: Marcha lenta congestiona EN 4


Cerca de quinhentas viaturas congestionaram esta quinta-feira o trânsito, durante uma hora, na Estrada Nacional 4, em Vendas Novas, com uma marcha lenta e buzinão, em protesto contra o encerramento das urgências na cidade.
As cerca de quinhentas viaturas participantes partiram, debaixo de chuva, de dois locais e sentidos diferentes, com uma caravana a arrancar de Bombel, cerca das 17:00, e outra, minutos depois, do parque industrial da cidade, a seis quilómetros de distância.
Cerca das 18:00, as duas caravanas cruzaram-se no centro da cidade e, exibindo bandeiras e faixas negras, concentraram-se junto à Escola Prática de Artilharia (EPA) e dos Paços do Concelho.
A iniciativa partiu do Movimento de Cidadãos Independentes pela Defesa das Urgências no Centro de Saúde de Vendas Novas (MCIVN), como forma de protesto contra a possibilidade de fecho do serviço de urgências.
A manifestação conduziu ao congestionamento do trânsito na EN 4, que liga Lisboa à fronteira com Espanha, tendo os militares da Brigada de Trânsito (BT) da GNR aconselhado os automobilistas a optar pela A-6, tanto em Pegões, como no nó de Vendas Novas.
À semelhança de uma vigília realizada há uma semana, que contou com mais de três mil pessoas, a marcha lenta foi convocada pelo MCIVN depois do relatório final da comissão técnica para a requalificação e redistribuição geográfica da rede de serviços de urgência ter sugerido o fecho das urgências em Vendas Novas.
No entanto, a proposta inicial, que esteve em discussão pública durante os meses de Outubro e Novembro, configurava a criação de um Serviço de Urgência Básica (SUB) em Vendas Novas.
Contudo, o relatório final, apresentado a 1 de Fevereiro, já não prevê um SUB para Vendas Novas, onde as actuais urgências, prestadas pelo Serviço de Atendimento Permanente (SAP), poderão também fechar.
Hoje, a contestação da população regressou às ruas de Vendas Novas e antes do «tiro de partida» para a marcha lenta já António José Neves, de 69 anos, tinha todos os lugares da sua carrinha ocupados e prometia que a «luta» não ia parar.
«Acredito que o povo não vai deixar as urgências fecharem. Se for preciso, trancamos as estradas todas e paramos o comboio. Não vamos deixar passar nada», prometeu.
Os protestos contra o eventual fecho das urgências no centro de saúde, sublinhou, «têm o apoio de toda a população».
«Então, ficamos sem nada, não? Qualquer dia nem Vendas Novas existia», desabafou, perante os comentários de apoio dos restantes ocupantes da viatura, que empunhavam bandeiras negras.
A partida para a marcha lenta automóvel, acompanhada de buzinão, foi feita debaixo de uma forte chuvada e, à porta da Câmara Municipal, os populares aproveitaram para comentar, em jeito de brincadeira, que «a culpa da chuva era do ministro» da Saúde.
«O ministro é que mandou o S. Pedro fazer chover», ironizou um dos habitantes da terra, logo corroborado por outro mais optimista: «Mas não te esqueças, marcha molhada, é marcha abençoada».

Infocalipo / Lusa


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