10/23/2005

BES


De acordo com o Relatório de Responsabilidade Social da instituição presidida por Ricardo Espírito Santo Salgado, referente a 2003, “foram seleccionados 6837 contratos, correspondendo a 100 990 movimentos, de que resultaram 56 comunicações à Procuradoria-Geral da República”.O ano passado, o mesmo relatório, refere a adopção por parte do banco de um conjunto de recomendações internacionais, designadamente do GAFI – Grupo de Acção Financeira sobre o Branqueamento de Capitais, que permitiram seleccionar 145 386 contratos e respectivos movimentos, de que resultaram 104 comunicações à Procuradoria-Geral da República. Ontem prosseguiram as buscas, com cerca de 40 homens que saíram das instalações da PJ pelas 07h30. No Porto foram realizadas acções num escritório de advogados no, que foram acompanhadas (como é de Lei) por um representante distrital da Ordem. Na sede do BPN em Lisboa, as operações terminaram pela madrugada com a apreensão de inúmeros discos rígidos de computadores. Aliás, o material apreendido desde segunda-feira amontoa-se nos diversos pisos do Departamento Central de Investigação e Acção Penal. Como curiosidade, refira-se que, no elevador daquele departamento encontra-se afixada uma nota explicativa, enunciando para que andares deverá ser encaminhado o material apreendido nos vários bancos.Entretanto, o Procurador-Geral da República revelou ontem que já foram instaurados processos por violação do segredo de justiça sobre as investigações a instituições financeiras por suspeitas da prática de crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais. “Foi dito que iam ser instaurados processos por violação do segredo de justiça e isso já foi concretizado”, disse Souto Moura à margem da conferência “A investigação criminal no contexto internacional” que decorre na fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no âmbito das comemorações do 60.º aniversário da Polícia Judiciária. Durante aquele evento foi manifesta a azáfama em que se encontrava a procuradora geral adjunta, Cândida Almeida, que passou longo tempo em conversas com o director nacional da Polícia Judiciária, Santos Cabral. Para estas conversas deverá ter contribuído uma série de críticas formuladas à forma como a investigação está a ser conduzida por parte dos operacionais da PJ. Têm existido erros sucessivos nos endereços e na identidade das pessoas sujeitas a essas diligências, bem como várias falhas de coordenação com os representantes da Administração Fiscal. PROTESTOSUm inspector da Directoria do Porto, onde teve origem todo este processo, já manifestou, por escrito, a sua indisponibilidade para continuar a realizar buscas no âmbito desta operação, face à falta de preparação e coordenação que as acções têm manifestado. A comunicação seguiu para a hierarquia competente.
Miguel Alexandre Ganhão


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