3/03/2007

Num cinema perto de sí


Uma Verdade Inconveniente


"Uma Verdade Inconveniente" é um documentário de 90 minutos, um apelo urgente, mas também optimista, através do qual o realizador, Davis Guggenheim, tenta alertar as consciências dos cidadãos e da classe política para os perigos do aquecimento global e para a diminuição das reservas de água do planeta.Tomando como fio condutor as conferências que Al Gore tem dado sobre o assunto, desde a sua derrota presidencial, o cineasta decidiu levar esta mensagem mais longe e a mais pessoas.Depois de, em Dezembro de 2000, Gore ter aceite a frustrante (e duvidosa) derrota, decidiu operar uma profunda mudança na sua vida pessoal e profissional. O ex-senador retomou uma antiga vocação e passou a dedicar-se exclusivamente às questões ambientais. Nos últimos anos proferiu mais de um milhar de conferências, viajando por todo o mundo, e despertando audiências para um tema que afecta toda a Humanidade.Ainda com uma postura de estado, e sempre com um guião muito bem preparado, não hesita em começar os seus discursos com declarações esclarecedoras: "Fui o próximo presidente dos EUA". Logo em seguida garante que não pretende voltar a candidatar-se, preferindo abraçar esta questão pedagógica, em prol de um futuro melhor para as novas gerações.Com uma serenidade extraordinária e com facilidade em criar empatia com o público, o ex-candidato desenha um cenário possível, em tudo semelhante ao apocalipse. Defende que, se não houver uma mudança radical na gestão dos recursos e na produção de gás carbónico, em menos de uma década o nosso planeta entrará numa dinâmica catastrófica. O degelo dos pólos, a alteração dos ciclos climáticos, com o eclodir de perturbações meteorológicas extremas, como secas severas, inundações gigantes ou vagas de calor mortais, e a propagação de epidemias são apenas algumas das consequências. Apesar disso, Gore mantém-se "optimista". Ainda estamos a tempo, acredita, de salvar o planeta. Mas, para que tal seja possível, todos temos que incorporar práticas simples no dia-a-dia - como separar o lixo, utilizar mais os transportes públicos, reduzir o consumo de água quente, regular os termóstatos, plantar árvores... - e sobretudo é necessário que a classe política reveja as suas opções. As grandes tarefas dependem sobretudo dos dirigentes políticos e devem ser adoptadas à escala mundial, defende. Al Gore continua a acreditar que a vontade política também é uma energia renovável.
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