3/04/2007


Mostra de um subdesenvolvimento das nossas regiões à medida que os anos passam.

Durante esta semana, assistindo a uma conferência via Internet, sobre a economia das grandes cidades e os curtos passos das regiões que as rodeiam ou que estão num ciclo mais afastado delas, enquadrei a situação de Vila Viçosa. O tema foi debatido nos EUA, e o orador foi um economista espanhol. Durante a cerca de hora e meia, apresentou diversas teorias e exemplos concretos, não iluminando em nenhum deles um caso português, mas facilmente poderíamos enquadrar alguns como sempre o nosso.
A primeira situação a ser analisada, passava pela descoberta das mais valias que cada uma das regiões tem, neste caos a mármore e este sector seria facilmente o nosso ponto central. Poderíamos por começar a analisar a evolução do sector nos últimos anos, onde a palavra de crise tem sido uma realidade. Com a redução de emprego, com a redução das margens lucrativas e com o facto de continuarmos a enviar muita das pedras que extraímos quase em bruto, são factores que poderiam justificar o que durante os últimos anos tem sido sinónimo de analise por economistas regionais e nacionais.
Por outro lado a pouca aposta que a região e os concelho tem feito ao nível de novos sectores, tem sido também um dos maiores problemas, pois a manutenção de uma politica onde a actividade da extracção da mármore é o único protagonista, provoca que a falta de dinâmica e novidades, faça com que não exista mais do que uma opção sectorial e económica para uma região que tira das suas entranhas o que de melhor tem. Ao nível da poluição, sabemos que cada vez mais, o índice poluidor tem sido aumentado, não que a poluição esteja a aumentar mais por empresa, mas si os buracos ou mais conhecidas pedreiras tem aumentado ao longo dos últimos anos.
Mas será que existem realmente a possibilidade de uma maior rentabilidade do que existe e uma maior diversificação?
Em relação à primeira pergunta, a qualidade será a mais simples das respostas, pois cada vez mais é necessário ganhar lá fora por termos a melhor dos mármores. Por outro lado será fácil de compreender que um tratamento adequado do mármore e sua transformação irá permitir que o preço desse trabalho venha também inserido no valor que a empresa e o empresário irão retirar da pedra. O aumento que cada um dos empresário retiraria da pedra que extrai, se a trabalha-se para o consumidor final e não para o intermediário seria na ordem de um aumento de cerca de 50% do preço que consegue actualmente.
Em relação à segunda pergunta, parece evidente que o município, os responsáveis regionais e nacionais, deveriam apostar numa melhor adequação do concelho e no seu aproveitamento das mais valias existentes ou no trabalho para que elas surgissem de forma muito mais sustentável do que tem sido feito, pois basear o crescimento simplesmente no continuo consumo dos privados, nada trás de sustentabilidade para uma terra e uma região que necessita crescer verticalmente e não horizontalmente.
O trabalho por outro lado que se deverá efectuar com os privados, para que possa ser possível uma melhor e mais sustentabilidade do emprego, obriga ainda a um trabalho que até aqui não tem sido feito, construir por construir não produz mais do que por alguns minutos.
È evidente que se nada for feito, o sector das mármores chegará ao fim, mais tarde ou mais cedo, e se não for pelo desaparecimento da mármore, será pelo facto do mercado externo encontrar melhor pedra e mais barata, ou tão simplesmente pelo simples facto dos empresários calipolenses não conseguirem reduzir ainda mais as suas já baixas margens de rentabilidade. O fecho do centro de saúde será como é evidente o passo a seguir, tal situação será uma realidade talvez no dia em que o quartel de bombeiros de vila viçosa esteja finalizado, pois nessa altura o governo socialista terá a melhor das justificações, existem caminhos e meios.
Mas aqui continuaremos nesta luta onde o calipolense mais perde e onde mais tarde ou mais cedo, veremos que tudo tinha um elo de ligação. Hoje vivemos numa Europa central, num país subdesenvolvido e numa região pobre, que a cada ano que passa mais lugares perde.

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