2/11/2006

PIB só irá crescer daqui a 3 anos



Crescimento normal" do PIB só dentro de 3 anos Rudolfo Rebêlo Gonçalo Santos

Aeconomia portuguesa só voltará "a um crescimento normal" dentro de dois ou três anos, afirmou Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, ontem, em Lisboa, ao intervir numa conferência promovida pelo banco central. Ainda assim, afirma, o crescimento normal "não significa o regresso à convergência da economia portuguesa "com os nossos parceiros europeus". Por outras palavras, nos próximos anos, Portugal continuará a crescer abaixo da média da União Europeia.Apelando ao "realismo salarial", tal como tem feito nos últimos anos, Vítor Constâncio afirma que o caminho do "ajustamento real" da economia "será lento e difícil" e exortou ao prosseguimento das "reformas estruturais com "determinação e vigor". Desde logo, mudar a "estrutura produtiva" implica, realça, a compatibilização dos "aumentos dos salários com o crescimento da produtividade e com as subidas salariais verificadas nos principais parceiros" comerciais.O governador reafirmou que a "panaceia de uma baixa dos impostos", principalmente no sector das empresas (IRC), "não é possível", tendo em conta o desequilíbrio orçamental. Vítor Constâncio, perante uma plateia constituída por mais de uma centena de economista, considerou mesmo que "não há uma sobrecarga excessiva nos impostos sobre as empresas" (ver caixa). Aliás, considerou, referindo-se aos impostos, "nada disto é essencial" para resolver os problemas estruturais da economia, "embora a baixa nas taxas de impostos seja importante no contexto da globalização". A economia portuguesa, afirma o governador do banco central, necessita de um salto de produtividade e "inovação de produtos e processos" concentrada "nos bens transaccionáveis", os produtos sujeitos a concorrência externa.A falta de competitividade (ver caixa) da economia portuguesa é responsável pela "desaceleração da taxa de crescimento potencial", mas o governador afastou a possibilidade do recurso à "desvalorização real dos salários" para corrigir os problemas com que Portugal se debate. Mesmo uma eventual revisão do Código do Trabalho, flexibilizando o mercado laboral, foi rejeitado . "Não há ambiente", sintetizou Vítor Constâncio, dando o exemplo de que "ainda recentemente em campanha eleitoral" todos os candidatos à Presidência da República "rejeitaram alterações significativas do Código do Trabalho".Para os próximos anos, o crescimento da economia não dependerá apenas das eventuais reformas estruturais. Estará também sujeito, afirma Vítor Constâncio, "à evolução orçamental". Cálculos do banco central estimam que este ano o efeito da contenção na política orçamental será responsável por uma redução de 0,6 pontos percentuais no crescimento da economia. Recentemente, no princípio de Janeiro, o Banco de Portugal reviu em baixa a estimativa para a expansão da economia em 2006. Assim, as novas projecções apontam para um acréscimo de 0,8% do PIB e no próximo ano a riqueza do País deverá crescer 1%.
DN


Free Hit Counter

El Tiempo en Rtve.es