2/11/2006



ARABES
E voilá, ao fim de alguns dias de crise o governo português pronunciou-se sobre a polémica dos desenhos humorísticos difundidos por um jornal dinamarquês. A recomendação do Estado luso pela voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros aponta para a não divulgação dos ditos desenhos por incitarem a conflitos religiosos, em linguagem corrente pode-se qualificar de censura com base em medo de represálias. Não permitir a liberdade de imprensa, ainda por cima sobre este tema num governo de esquerda é no mínimo estranho mas deste governo já espero tudo.
Garanto-vos, se há coisa que me transcende são os conflitos religiosos, fazem-se as maiores barbaridades e depois deitam-se as culpas para a religião. Condeno todo o tipo de fanatismo desde o árabe ao judeu passando pelo católico que também já matou em séculos passados. Caros amigos, a minha opinião é simples, ninguém mata por religião, mata-se por poder, por interesses e usa-se o fanatismo religioso para ter quem mate por nós. São cobardes os líderes, todos eles. Não respeito nenhum deles.
Fazer tudo isto por uns cartoons é como fazer uma guerra santa por um livro, mas agora que penso nisso, isso já aconteceu no passado. Os Mundo têm de fazer valer a sua voz contra esta intolerância. Eu vi os cartoons (alguns pelo menos) e garanto-vos que tinham piada. Se todos reagissem assim como faríamos com as anedotas sobre alentejanos, espanhóis, pretos e brasileiros. Quantas anedotas não conhecemos nós sobre judeus e quantas sobre Cristo. A tolerância é um sinal religioso e não acredito que estas pessoas que atacam edifícios ocidentais o façam por religião. Matam por desenhos como poderiam matar por ser quarta-feira e isso ser contra Maomé.
Em resumo, defendo a liberdade de expressão e o espírito criativo e lamento viver num país que decidiu amputar uma liberdade que tanto nos custou, a nós enquanto Humanidade, a ganhar.
Bruno Costa


Free Hit Counter

El Tiempo en Rtve.es