INTERVISÃO - Vila Viçosa

O presidente da Endesa, Manuel Pizarro, exigiu hoje em conferência de impressa que haja «jogo limpo» por parte do regulador do mercado bolsista, na OPA da Gas Natural.
Pizarro exigiu que não menosprezem os direitos da eléctrica e anunciou que apresentou um recurso na Audiência Nacional contra a CNMV, depois da entidade que regula o mercado de capitais em Espanha ter requerido à Endesa [Cot] que não interfira no desenvolvimento da OPA lançada sobre o seu capital por parte da Gas Natural.
O presidente da eléctrica pediu «jogo limpo» por parte do regulador de mercado e explicou que tomou esta medida para se defender do que considera uma «má interpretação» da Lei das OPAs, que classificou de Decreto, porque «só através da lei se pode limitar os direitos individuais dos cidadãos».
Durante a sua intervenção, Pizarro mostrou-se exaltado e não fez nenhuma declaração sobre a situação actual da OPA, mas anunciou que vai lutar para defender os interesses da eléctrica até ao fim.
Pizarro acrescentou ainda que não haverá pacto nem diálogo «porque não gosto de pactuar ou dialogar quando se inicia uma batalha hostilmente, a resposta deve ser do mesmo nível».
O presidente afirmou ainda que o desenvolvimento da OPA «vai pôr à prova toda a arquitectura institucional espanhola, porque se em algum momento se quebrar a confiança nos mercados espanhóis, a desconfiança vai afectar os investidores estrangeiros, e isso não é bom para ninguém».
Segundo Pizarro estão a limitar os direitos da Endesa reconhecidos na Carta Magna, como «a não discriminação, o direito à tutela judicial, à arbitrariedade dos poderes públicos e o direito à liberdade de expressão».
O presidente afirmou ainda que não vê a operação como uma «batalha política», assegurou que «defenderá os territórios onde a Endesa está presente e onde nos defendem, porque acreditamos e não temos medo da concorrência».
Ontem a seguradora francesa Axa, anunciou a compra de 5,35% da Endesa, numa altura em que decorre a OPA lançada pela Gás Natural sobre 100% do capital da eléctrica. O presidente afirmou que desconhece este negócio.
Em reacção a este reforço, as acções da Endesa subiram 2,02% para 21,24 euros, o valor mais elevado desde 2000.