8/27/2005

Abrandamento economico



Abrandamento económico deve impulsionar poupança das famílias

As famílias portuguesas deverão aumentar os níveis de poupança devido ao clima de contenção actual, disse o Governador do Banco de Portugal. As estimativas da instituição apontam para que a poupança das famílias atinja o nível mais baixo dos últimos sete anos, em 2006, uma tendência que se vai inverter.

As famílias portuguesas deverão aumentar os níveis de poupança devido ao clima de contenção actual, disse o Governador do Banco de Portugal. As estimativas da instituição apontam para que a poupança das famílias atinja o nível mais baixo dos últimos sete anos, em 2006, uma tendência que se vai inverter.
Para o ano o nível de poupança das famílias deve atingir o nível mais baixo desde 1999, devido em parte ao optimismo gerado no final do ano passado que impulsionou o consumo. No entanto esta será uma tendência a inverter, segundo Vitor Constâncio.
A taxa de poupança e de consumo privado dos últimos anos está relacionada com o clima económico a que se assistiu e as expectativas que se criaram.
Ao longo de 2004 houve uma alteração do discurso político, ao discurso da «tanga» seguiu-se a percepção de que o esforço de consolidação orçamental seria menos intenso do que fora inicialmente admitido, criando-se uma situação mais favorável ao consumo.
Mas o «clima voltou a inverter», explicou o responsável do banco central, sugerindo que a tendência será para uma contenção do consumo privado e um aumento da poupança das famílias.
O Banco de Portugal reviu em baixo as perspectivas de consumo das famílias para 2006 de 2,2% para os 1,3% e aumentou as estimativas para este ano. O consumo privado deverá aumentar em 2,0% em 2005 e diminuir para 1,5% no próximo ano. Portugal saiu da recessão no início deste ano, essencialmente devido ao impulso do consumo privado nos primeiros três meses do ano.
A taxa de poupança das famílias portuguesas vai atingir os 9,2% do rendimento disponível em 2006, o nível mais baixo desde 1999, segundo as previsões do Banco de Portugal publicadas no Boletim de Verão.
Vítor Constâncio chama a atenção para o facto de à redução da poupança estar associado um aumento do património das famílias.
«O total do endividamento dos particulares atingiu os 118% do seu rendimento disponível anual, mas importa sublinhar que o conjunto do património detido pelos particulares representa cerca de 500% desse mesmo rendimento», afirmou o governador.
O endividamento das empresas tem assistido a um aumento, «beneficiando dos juros» baixos, o que contribuiu para «um aumento da taxa de investimento». Vitor Constâncio referiu ainda que os encargos das empresas estão num nível «comportável» e que o «rácio de endividamento está muito baixo», tendo inclusivamente sido reduzido no ano passado.
A banca foi um agente importante para a economia nacional, desempenhando um papel «importante na intermediação necessária ao financiamento da economia», continuando a «assegurar condições de robusta estabilidade financeira», de acordo com o responsável. «O conjunto das instituições voltou a denotar uma melhoria dos indicadores de solvabilidade, de liquidez e de qualidade de crédito, tendo apenas a rendibilidade revelado uma ligeira diminuição face ao ano anterior».
PIIP é «positivo» para o investimento
O Plano de Investimentos em Infra-estruturas Prioritárias (PIIP) é um factor «positivo de dinâmica de investimento», numa altura em que Portugal tem «perdido competitividade» e precisa «de reformas estruturais que melhorem o clima de investimento e estimulem a inovação, o aumento da produtividade e a reestruturação do sector produtivo».
Vitor Constâncio disse esperar «que haja uma reacção positiva das empresas» ao projecto apresentado pelo Governo.
Apesar das medidas de contenção orçamental anunciadas pelo Governo terem sido uma das grandes causas para a revisão em baixa do crescimento económico português, Vitor Constâncio disse o «esforço anunciado é necessário e no curto-prazo inevitável».


Free Hit Counter

El Tiempo en Rtve.es