7/10/2005


Investimentos ou endividamento

O ano de 2005 está claramente a ser um ano mais previsível do que esperado, mas infelizmente pelas piores razões. As economias Europeias tem bastante dificuldade em arrancar, o motor europeu, a Alemanha reviu em baixa a sua previsão para o crescimento do PIB este ano, e para alem disso o BCE fez o mesmo. O nosso pais esse vai de mal a pior, o ministro da finanças não se entende com as contas, dá valores de previsão baseando-se em cálculos do governador do Banco de Portugal, o problema é que esses mesmos cálculos estão sinceramente errados, como tem afirmado muitos economistas nos últimos meses. A situação é verdadeiramente grave.
O governo já apresentou no parlamento o seu orçamento para este ano, e ao mesmo tempo apresentou um plano de estratégia para os próximos 4 anos, a verdade é que possivelmente calculou em baixa os custos e em alta os lucros o que dá como é evidente valores que nada tem a ver com a realidade. A previsão em matéria de investimento privado, é em minha opinião muito errada, a previsão de algumas entidades privadas como sendo a banca, prevêem uma diminuição do investimento privado para o próximo ano, o que logo á partido provoca logo um desequilíbrio das contas do Sr. Ministro. Essa conta é feita tendo em consideração as previsões de empréstimos que são previstos, esperando-se que durante os próximos dois anos exista uma redução, não do consumo das famílias em termos de crédito mas sim por parte das empresas e empresários. Por outro lado e não tendo verdadeiramente sido considerado, é previsível que a tendência que o antigo governo implantou nas exportações e importações seja alterada. A tendência até á um ano era a de uma diminuição das exportações e um aumento das importações, no entanto os dados de 2005 mostram já o contrario, o que provoca que se compramos lá fora mais do que vendemos no final do ano acabemos por perder.
Em relação á tendência europeia esta ainda é mais complicada, o pequeno crescimento que vinha sendo implementado em 2004 parece ter sido novamente estancado, e a verdade é que se o preço do petróleo não é o único causador é o maior. Por outro lado a instabilidade causada em relação ás definições do caminho da União Europeia, tem provocado algum medo em relação aos investidores. No entanto a noticia menos má para os privados parece mesmo ser a possibilidade de ainda baixar mais a taxa de juro ou na pior das hipóteses de que nos próximos 6 meses não haverá alterações, muito devido á desaceleração das economias europeias.
Esta é por isso a verdadeira razão para o continuar do endividamento das famílias portuguesas e não só, falta de crescimento o que provoca problemas orçamentais, um aumento do desemprego que mesmo assim considero necessário para um aumento da competitividade, mesmo que por vezes seja desacreditada devido aos subsídios de desemprego, e uma baixa rentabilização dos capitais investidos. Por essa razão sai menos caro o endividamento, e se considerarmos que hoje as taxas de 6 % são uma realidade para alem do crédito fácil, tal situação poderá facilmente causar uma bola de neve algo perigosa.
Por isso aqui fica o meu conselho, de que quem quiser investir para o fazer no mercado obrigacionista, pois a segurança é maior e neste momento as rentabilidades de obrigações a 3, 5 e 8 anos é bastante considerável. Em relação aos que pensavam em comprar uma casa, esperem não por descidas das taxas de juro mas por uma estagnação do mercado que provocará a descida dos preços da habitação entre tanto vão fazendo um AFORRO.


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