10/05/2006

Correio da manhã

reorganização das Urgências, anunciada pelo ministro da Saúde, Correia de Campos, tem início a partir de Janeiro de 2007. Nessa altura, os 41 novos Serviços de Urgência Básica (SUB), a funcionar nos centros de saúde, podem não estar ainda devidamente apetrechados com os meios técnicos de diagnóstico previstos no despacho assinado pelo governante.
A possibilidade de os SUB começarem a funcionar nos centros de saúde sem que estas unidades tenham recebido todos os equipamentos previstos na legislação é uma possibilidade admitida ao CM por fonte do gabinete de Correia de Campos. “É possível que haja um ou outro serviço, mas não é esse, certamente, o desejo do ministro”, sublinhou.A mesma fonte reiterou que a requalificação dos serviços de Urgência tem início em Janeiro, mas em “Dezembro será definida a calendarização com novo despacho”. Nessa altura, fica a saber-se, então, quais as alterações – se as houver – à Rede de Referenciação Hospitalar de Urgência/Emergência. “Este estudo não é uma imposição, pode haver casos pontuais em que haja alguma alteração e para isso decorre a consulta pública”, admitiu.Além do eventual atraso dos meios técnicos de diagnóstico no arranque dos SUB, os médicos de família que trabalham nos centros de saúde podem não estar aptos a fazer pequenas cirurgias, um acto clínico previsto no despacho do ministro da Saúde.O médico anestesista e presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), António Bento, sublinha a falta de formação especializada dos médicos de clínica geral e familiar para tratar os doentes que necessitem de uma pequena cirurgia. “Esses especialistas [clínica geral e familiar] não têm prática para resolver esse tipo de problema. Mas não quer dizer que alguns [médicos] não tenham tido formação quando passaram pela Urgência do hospital.”Os casos que requerem uma pequena cirurgia – que obriga a sutura com anestesia local –, podem ser, por exemplo, um ferimento na cabeça ou na pele provocado por um corte com uma faca ou outro utensílio ou por uma queda, uma infecção na unha, a drenagem de um abcesso. DOENTE CARDÍACO ENCAMINHADOUm doente que tenha um enfarte do coração e seja transportado por um familiar a um Serviço de Urgência Básica (SUB) num centro de saúde é encaminhado depois pelos serviços para um hospital porque a unidade de saúde não terá meios técnicos adequados para resolver a situação de emergência, afirma ao CM o presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral, Eduardo Mendes. A transferência do doente do coração é feita apesar de as novas Urgências Básicas passarem a dispor de um electrocardiógrafo – aparelho que faz electrocardiograma –, um monitor com desfibrilhador automático – aparelho que faz retomar os batimentos cardíacos – e ainda material que assegura a via aérea, oximetria de pulso. Mas não só. Os 41 SUB deverão passar a ter equipamento para imobilização e transporte de traumatizado, condições e material para pequena cirurgia, radiologia simples (raios X ao esqueleto, tórax e abdómen) e patologia química/química seca. Eduardo Mendes, que considera “fundamental a reestruturação tendo em consideração as acessibilidades”, afirma que a realização dos exames radiológicos ”devem ser feitos por técnicos especializados e não por médicos”. AVEIRO RECUSA FECHOA possibilidade do fecho de urgências hospitalares em cinco concelhos do distrito de Aveiro – Anadia, Estarreja, Ovar, Espinho e S. João da Madeira – é contestada pelos autarcas da região. A importância do complexo químico de Estarreja, cuja capacidade de produção vai ser duplicada, é o argumento usado em uníssono pelos autarcas, incluindo do PS, para criticar o eventual encerramento da urgência hospitalar previsto pelo Ministério da Saúde. O presidente da Câmara de Estarreja, José Matos (PSD/CDS), aproveitou ontem a presença do primeiro-ministro, na assinatura de um contrato entre os “gigantes do sector químico”, para defender que o aumento da produção reforça a necessidade da urgência. Alertam para os “riscos acrescidos” do desaparecimento da Urgência de Estarreja devido à existência do complexo químico. APONTAMENTOSEQUIPASOs Serviços de Urgência Básica, que podem servir uma população com mais de 40 mil habitantes, terão equipas compostas por dois médicos, dois enfermeiros, um auxiliar de acção médica e um administrativo.URGÊNCIA CIRÚRGICAOs serviços de Urgência Médico-cirúrgica, o segundo nível de assistência a 200 mil habitantes, não devem ter uma distância superior a uma hora de outro serviço de Urgência polivalente. Devem dar resposta a todos os exames básicos e assistência às valências médicas obrigatórias e ter equipas médicas especializadas.DIFERENCIADOOs serviços de Urgência polivalente, com um nível de resposta altamente diferenciado, localizam-se nos hospitais centrais ou centros hospitalares. Dispõem de serviço de Urgência Médico-cirúrgica e ainda urgências específicas nas áreas de gastrenterologia, cardiologia de intervenção, cirurgia cardiotorácica, plástica e reconstrutiva, neurocirurgia, patologia clínica com toxicologia e exames clínicos (imagiologia e ressonância magnética).
CM

1 Comments:

At 6/10/06 11:02, Anonymous Anónimo said...

A CDU deveria ter um blog próprio não andar encapotada através destes fulanos.
Mas dar a cara custa quando não se tem a consciencia limpa

 

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